07.01.2009
ISRAEL
BOMBARDEIA A HUMANIDADE
Uma
noite de horror, maior que o horror que Israel vem
espalhando há décadas, se abate sobre a Faixa de Gaza.
Um horror decorrente de uma reação furiosa, desmedida,
covarde e vil. Uma invasão que chamam de guerra, quando
de um lado estão os tanques, aviões, foguetes e
bombas, lançados indiscriminadamente sobre uma população
inteira, atingindo crianças, mulheres e idosos
indefesos, que vão morrendo às centenas.
Já
houve quem dissesse que Israel tem uma ânsia de destruição,
uma sede de sangue, e uma torpe vontade de cometer
assassinato em massa. Que dilacera a carne de um povo
espoliado e massacrado na terra-mãe milenar. Mas a
liberdade de um povo, assim como a sua poesia,
dilacerada e bela – diz o poeta - ressurge e escapa da
destruição, empunhando um fuzil ou um poema, armas de
guerra.
Essa
verdadeira tragédia não é apenas uma questão
regional. É uma tragédia para o mundo inteiro, porque
se trata da pratica de uma injustiça. E essa injustiça
é considerada uma ameaça para a paz mundial.
O
juiz federal Ali Mazloum e o promotor de justiça Nadim
Mazloum definem muito bem juridicamente a situação ao
afirmarem em artigo publicado na revista Consultor Jurídico
que “Um pretexto é o emprego de uma razão fictícia
para dissimular a verdadeira intenção. ‘Nós
perseguimos os terroristas do Hamas, que se escondem
intencionalmente no seio da população’, disse Ehud
Barak, ministro da Defesa de Israel, para justificar a
recente (atual) matança...’”
Lembram
que “Essa crueldade ocorre no momento em que o mundo
comemora os 60 anos da Declaração Universal dos
Direitos Humanos proclamada em 1948 pelas Nações
Unidas (ONU). Pouco depois, esse mesmo intrigante
organismo internacional veio a promulgar a Convenção
para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio.
Para a ONU, secundando a definição cunhada pelo judeu
polaco Raphael Lemkin, genocídio é o assassinato
deliberado de pessoas motivado por diferenças étnicas,
nacionais, raciais, religiosas e políticas. Pode
referir-se igualmente a ações deliberadas com o
objetivo da eliminação física de um grupo humano
segundo as aludidas categorias.”
Explicam
mais que “Pelas Convenções de Genebra e pelo
Estatuto de Roma, a utilização de força aérea contra
a população civil é crime de guerra. O genocídio é
crime contra a humanidade.” E indagam a seguir: “Por
que o mundo está indiferente ao assassinato em massa na
Palestina? Onde estão os promotores do Tribunal Penal
Internacional – TPI – que não promovem os devidos
indiciamentos de autoridades israelenses?”.
O
mundo precisa perceber que cada bomba lançada por
Israel solta estilhaços em toda a humanidade. Da mesma
forma que a invasão ilegal do Iraque custou caro a esta
mesma humanidade, principalmente àquela nação, que já
sofreu cerca de 100.000 baixas, enquanto mais de 4.000
americanos também perderam a vida, segundo dados
oficiais. É preciso que cidadãos de todas as nações
digam “basta”, para que – no dizer daqueles
juristas – “não roubem das crianças palestinas o
direito à vida”.
---
*Walter
Medeiros é jornalista e bacharel em Direito em Natal-RN. Autor dos
livros “Onde está o atendimento?” Ed. Viena,
"Abelardo, o alcoólatra"
( http://paginas.terra.com.br/arte/cordel/ap009Abelardo.htm
) e "Humanização nos Serviços de Saúde",
Ed. Minelli, 2008.
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